"Assad é de uma amabilidade e delicadeza impressionantes"
Três anos. Foi este o período que Paulo Dentinho, correspondente da RTP em Paris, esperou para conseguir uma entrevista com o líder do governo sírio. Em 2012, na sequência da Primavera Árabe, o jornalista já tinha estado naquele país em reportagem e desde então esperava poder conversar com Bashar al-Assad.
O "sim" acabou por chegar e há uma semana o jornalista viajou para Damasco. "Cheguei exatamente no mesmo dia da semana em que cheguei da outra vez, uma sexta-feira [27 de fevereiro], que é o dia feriado", começa por contar ao DN. A entrevista só viria a realizar-se três dias depois, segunda-feira, pelas 20.00. "Aproveitei o tempo para me preparar, dei também algumas voltas pela cidade e tentei perceber como tudo se ia passar, como era o quotidiano das pessoas e falei também com pessoas da delegação turca", diz.
A entrevista decorreu na presidência da República e respeitou algumas regras. "Foi filmada com as câmaras deles, até porque tiveram uma má experiência quando ele deu uma entrevista, penso que para a NBC, em que colocaram imagens pelo meio das perguntas. Eles acharam que a imprensa ocidental queria manipular as respostas. Desde então, o acordo com as televisões é que a entrevista é exibida na íntegra na primeira vez que for para o ar", descreve, completando: "Colocaram um relógio à minha frente a contar o tempo e depois, no final, deram-me as imagens todas." O jornalista recebeu ainda outro pedido curioso: "Eu não uso gravata e fizeram questão de que utilizasse. Então lá tive que a pôr", relata.
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